sexta-feira, 24 de abril de 2009

Afinal, o que as mulheres querem?

Outro dia fui à casa de um amigo para um almoço de confraternização. Domingo de sol, casa cheia, almoço bom. Lá pelas tantas, como costuma acontecer nas reuniões desse tipo, os homens foram para um lado, jogar truco, e as mulheres ficaram à mesa, conversando.

O papo logo passou para o tema maridos. E logo descambou para uma série de lamentações e reclamações sobre o mau comportamento dos companheiros. Praticamente todas -- estávamos em oito à mesa -- falaram mal dos próprios maridos, taxados de mimados, folgados, machistas e outras coisinhas mais. A principal queixa era de que eles não faziam nada em casa, não ajudavam a tomar conta dos filhos, pediam tudo para as mulheres, enfim, eram uns inúteis.

Uma delas, que disse fazer tudo para o marido, inclusive levantar às 3 da manhã para servir um lanchinho para o dito cujo, quase foi crucificada pelas outras. Aí, todas as reclamantes disseram que, caso se separasem, não se casariam de novo, para não ter mais que ficar cuidando de homens folgados. O detalhe é que a maioria delas ou não trabalha, ou tem um emprego que não garante seu sustento sozinha.

Fiquei pensando com os meus botões que realmente os homens têm razão em dizer que não entendem as mulheres. Elas fazem de tudo para casar -- algumas até dão golpes baixos para amarrar o namorado -- e, quando conseguem, passam o tempo a reclamar dos maridos. E na frente de todo mundo! Porque fazer um desabafo com uma amiga é uma coisa, falar mal do marido para gente que mal conhece é outra bem diferente. E essa não é a primeira vez que vejo isso acontecer.

Bom, nesse ponto da conversa os olhos se voltaram para mim, a maluca que teve coragem de se casar de novo depois de já ter conseguido se livrar de um marido --como se isso fosse uma doença. Eu preferia ter permanecido em silêncio, como estava até então, mas elas esperavam um pronunciamento. Só pude dizer o que eu realmente acho: que sempre gostei de estar casada, que meu marido é ótimo e que me casaria 20 vezes, se necessário fosse, para encontrar o parceiro com quem ficar até o fim da vida.

Diante dos olhos arregalados das moças à mesa, achei melhor ir para a roda dos homens. Não entendi nada do jogo que estava rolando, mas que a conversa estava muito mais divertida ali, estava. Truco!

domingo, 19 de abril de 2009

Amor de mãe

Nunca acreditei nessa história de amor à primeira vista. Acho que existe paixão à primeira vista, tesão à primeira vista, atração à primeira vista, simpatia à primeira vista. Amor é muito mais profundo e complexo e, na minha opinião, depende de você conhecer o objeto amado.

Por isso mesmo, nunca acreditei também que toda mãe ame seu filho desde o momento do nascimento. Bom, depois de ser mãe, tenho certeza disso. Temos mania de idealizar as coisas e a maternidade é um prato cheio para isso. Acho que, quando um filho nasce, ficamos felizes pela realização de um desejo (ser mãe) e cuidamos dele com todo o empenho pela responsabilidade que temos por ter colocado um novo ser neste mundo -- além, é claro, por causa dos nossos instintos biológicos. Mas o amor mesmo vai surgindo aos poucos, dia a dia, com cada sorriso, com a convivência entre mãe e filho.

Agora que minha filha tem sete anos, posso dizer, sem exagero, que o amor que sinto por ela é infinitamente maior do que quando ela nasceu. Ver minha pequena crescendo, passando por cada etapa da vida do seu jeito particular, escutando suas observações tão engraçadas sobre as coisas do cotidiano, acompanhando o jeito que ela escolhe para dar conta dos problemas e questões do dia a dia, é que me faz ficar cada vez mais apaixonada por ela.

E ela sempre me surpreende. Nesta semana, eu estava muito irritada por causa de alguns problemas domésticos que resolveram estourar ao mesmo tempo. Cheguei em casa à noite prestes a explodir e, ao ter mais um pepino para cuidar, não aguentei: tive uma crise de choro. De raiva pura. Minha pequena sempre me vê chorar -- ela sabe que a mãe chora por qualquer coisa, até de alegria e felicidade. E acho bom que seja assim, porque nunca me esqueço do pavor que senti quando vi minha mãe chorar pela primeira vez, aos 15 anos de idade -- achei que o mundo estava acabando.

Como meu choro poderia ter qualquer razão, ela me perguntou por que eu estava chorando. Contei que era de raiva por causa de todos os problemas. Ela, então, me disse: "Mami, abraça esta boneca. Toda vez que choro, eu abraço ela e logo tudo passa e eu fico bem de novo." Não tive como dizer não e peguei a boneca. E não é que a raiva e o choro foram embora rapidinho? Ela tinha toda a razão. É ou não é para me apaixonar por ela cada dia mais?

quarta-feira, 8 de abril de 2009

O fascínio dos livros

Acabei de ler uma matéria muito interessante na revista Nova Escola. Chama-se Vale mais que um trocado e trata de uma experiência que o jornalista Rodrigo Ratier fez pelas ruas de São Paulo. Ele saiu com uma caixa de livros no carro e oferecia um exemplar a todos que o abordassem pedindo dinheiro nos cruzamentos. Nos 13 oferecimentos que fez, o jornalista não ouviu sequer uma recusa. Vale ler a matéria para ver como as pessoas reagiram ao receber um livro. Eu me emocionei.

Anos atrás, tive uma experiência semelhante com um grupo de catadores de papel. Numa época em que a palavra sustentabilidade nem havia sido inventada, quanto mais virado moda, meu ex-marido e eu separávamos todo nosso lixo e rodávamos o centro da cidade para entregar os materiais recicláveis aos catadores que se interessassem. Na nossa opinião, era a única forma de garantir que esses materiais tivessem uma destinação correta, depois de flagarmos um caminhão da prefeitura misturando tudo o que tinha sido colocado num contêiner de separação de lixo reciclável.

Numa dessas vezes, tínhamos vários livros entre os papéis para descartar. Na minha cabeça, esses livros iam ser vendidos como os demais tipos de papel. Qual não foi minha surpresa ao ouvir do catador a seguinte frase: "Oba, hoje vou poder ler uma história antes de dormir". E logo passou a folhear o livro que caiu em suas mãos.

Na minha ignorância, eu achava que esses homens e mulheres eram todos analfabetos ou que não tinham o mínimo interesse em ler. Que engano. Para minha alegria, eles dividiam comigo o fascínio pelos livros e pelas histórias maravilhosas que eles trazem. Gostei de saber hoje, com essa matéria, que há muito mais gente como os catadores e eu ainda por aí.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

A vida tem que ser simples

Hoje não vou escrever, vou apenas deixar uma entrevista do Robert Happe que é sensacional e diz tudo o que eu penso. É longo, mas vale a pena ver. Ela também está disponível no google videos. Contribuição do Chico Mazali. :D