E não é que a Uniban perdeu uma ótima oportunidade de, ao contrário do que se dizia por aí, mostrar que era uma instituição séria? Pois é, só que em vez de tratar a agressão à aluna que foi de minivestido às aulas com seriedade, a universidade mostrou que é tão ignorante, preconceituosa e covarde quanto a turba que lá estuda.
Em um decisão arbitrária, optou por expulsar a estudante agredida e apenas suspender os alunos que participaram do tumulto e foram identificados. E usando os mesmos argumentos que os agressores da moça, vejam só! Está aí um caso clássico de culpar a vítima pela agressão sofrida - e caso clássico também daquele ditado "cada povo tem o governo que merece", aqui adaptado "cada escola tem o aluno que merece".
Como a instituição não é conhecida exatamente pela qualidade da educação que oferece, imagino que os responsáveis pela brilhante decisão de expulsar a moça devem ter feito as contas e concluído que era melhor peder uma aluna a perder vários se tivesse que punir todos os causadores do tumulto. Porque, caso estivesse preocupada com sua reputação acadêmica e educacional, teria tomado medidas que tornassem o episódio uma oportunidade de refletir e educar sobre os atos de todos os envolvidos, vítima e agressores. Mas se tem alunos medíocres e tacanhos, é porque os acolhe e protege, de olho no lucro das mensalidades.
Também, se não tomou providências adequadas em um episódio anterior, quando uma aluna foi agredida pela turba de alunos violentos da mesma unidade porque não podia participar de uma manifestação estudantil, era ilusão pensar que tomaria uma atitude decente neste caso. Agora, a universidade que já não era reconhecida por sua excelência acadêmica, passou a ser objeto de piadas, críticas e manifestações de repúdio não só no Brasil, mas também no exterior. Pois é, a mesma internet que serviu de arma para a turba humilhar a moça publicamente agora virou uma ferramenta para lançar ladeira abaixo a reputação da universidade.
Se eu fosse a moça agredida, agora não voltaria para a Uniban nem que me oferecessem o curso inteiro de graça. Imagina o que qualquer empregador vai pensar quando lhe chegar um currículo de um diplomado da Uniban nas mãos? Até a semana passada, apenas consideraria um candidato formado em uma universidade de segunda linha. Agora...