domingo, 25 de novembro de 2007

Pressão para beber

Quem não bebe sabe bem: não existe pressão maior do que a dos "amigos" para que a gente se encha de álcool em qualquer encontro ou festinha. O abstêmio é tratado como um ET. "Vai beber água, refrigerante?", como se essas bebidas fossem arsênico ou veneno para ratos. Fora a cara de gozação... E o pobre que não bebe se sente o mais careta e deslocado dos seres.

E não adianta as milhares de pesquisas e reportagens mostrando que o álcool é um veneno, que mata silenciosamente em alguns casos (destruindo coração, cérebro e muitos outros órgãos) e com estardalhaço em outros, já que é a principal causa de homicídos e acidentes de trânsito.

Não que eu seja contra beber um vinho ou uma cerveja de vez em quando. Ao contrário. Adoro comemorar com champanhe os momentos importantes da vida, tomar uma taça de vinho para acompanhar uma refeição especial ou tomar um chopinho com os amigos. Sou contra a pressão daqueles que acham necessário e engraçado encher a cara em qualquer ocasião e ainda pressionam os amigos (serão amigos mesmo?) a segui-los nessa busca insana e vazia por uma alegria falsa, porque ela não existe quando estão sóbrios.

Sou contra aqueles que tentam forçar quem não quer ou não pode beber a acompanhá-los no álcool. Sou contra quem não respeita o desejo do outro de ingerir algo que não lhe faça mal. Sou contra aqueles que, vendo alguém triste ou deprimido, oferecem bebida para "levantar o astral", quando isso só o leva mais ao fundo do poço - senti na própria pele. Sou contra aqueles que, mesmo sabendo que uma pessoa não pode beber por não ter controle, estimulam que beba, oferecem mais drinques e ainda a deixam pegar o carro para voltar, sabe Deus como, para casa - ou se esborrachar no primeiro poste que surgir à frente, isso se não matar um pobre desavisado que cruze seu caminho.

Vocês querem se embebedar e se matar? Vão em frente, meus caros alcoólatras disfarçados. Mas não levem mais gente com vocês, muito menos aqueles que vocês chamam de amigos. Amigo não leva a gente para o buraco. Amigo de verdade dá bronca e tira o copo da nossa mão quando percebe que a bebida só vai fazer estragos.

sábado, 17 de novembro de 2007

Tempo de mudança

Resolvi mudar este blog. Colocar um pouco de graça na forma. Afinal, as coisas da vida podem ser banais, mas têm a sua beleza. E merecem um ambiente mais caprichado. Todos os posts antigos estão aqui, para que os novos surjam no seu contexto. Tentarei ser mais regular nas postagens. As idéias e pensamentos são muitos, escasso é o tempo para sentar e colocá-los na tela. Mas esforço não faltará.

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Mentira e traição

Tem coisas que a gente acha que só acontece em filme. Algumas maldades eu achava que só podiam existir na cabeça de escritores, autores de novela ou de cinema. Por exemplo, gente que mente por compulsão, que tem coragem de enganar e trair com a cara mais lavada do mundo, que faz isso e ainda acredita que está certo. Talvez eu tenha tido a sorte de não ter vivenciado sofrimentos terríveis durante praticamente a minha vida toda, só algumas situações difíceis que não fogem ao padrão. Tudo bem, já me disseram que eu fui muito protegida, por isso acredito que todo mundo é legal até prova em contrário. Deve ser isso mesmo.

Mas não é que esta semana descobri que gente maluca existe na vida real mesmo? Gente que sabe que está fazendo o outro sofrer e mesmo assim continua causando mal, de forma consciente? Insiste no erro? Impressionante! Gente capaz de achar que foi legal com uma pessoa que enganou de forma covarde, que fez sofrer além de qualquer limite? Gente que diz que não mentiu apesar de sempre ter inventado mil histórias para justificar todas as suas traições? Gente que afirma que vai continuar mentindo até o final, mesmo sabendo que essa é a causa do sofrimento da pessoa com quem divide o teto? Pois é...

Ainda assim, continuo dando o benefício da dúvida a essa criatura. Recuso-me a acreditar na existência da maldade pura e simples. Na minha opinião, só uma pessoa doente, mas muito doente mesmo, pode fazer tudo isso e achar que não está fazendo nada de errado. Mas há um lado bom nessa história sórdida: como não existe luz sem escuridão, as pessoas boas, de verdade, ganham ainda mais valor quando nos deparamos com esse tipo de gente louca. Otimista que sou, ver e sentir a loucura de tão perto me faz ser ainda mais grata pelas pessoas maravilhosas que tenho ao meu redor.

Pobres coitados não somos nós, os enganados e traídos. Pobre coitada é essa criatura louca, que vai continuar infeliz a vida toda, porque não sabe fazer outra coisa a não ser causar sofrimento justamente àquelas pessoas que se dispõem a dar a ela o melhor de si.

segunda-feira, 16 de julho de 2007

O que é o amor

Amor. Uma das palavras mais faladas pela humanidade. No entanto, é uma das mais esvaziadas de sentido. O que significa, na realidade? Será que sabemos de verdade? Chamamos de amor uma porção de sentimentos que não têm nada a ver com amor. Na maior parte das vezes, confundimos amor com paixão. Só que paixão tem tempo certo para acabar e, em diversas ocasiões, transforma-se em ódio. Amor não termina. Amor não dá lugar a sentimentos ruins. Amor permanece. Amor fica guardado no fundo do coração, sempre, mesmo que as pessoas amadas vão embora, mesmo que não sejam perfeitas, mesmo que virem apenas amigos. O amor sobrevive às tempestades da vida.

terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Prazer...

Finalmente, depois de muito tempo, voltei a sair sem rumo apenas para fotografar. Engraçado como a gente, na correria do dia-a-dia, sempre acaba deixando de lado as coisas que nos fazem mais felizes. Ficamos presos ao que nos chateia, pressiona, fere, em vez de voltar nossa atenção ao que há de mais importante: as coisas simples da vida.

Caminhando pelo centro de São Paulo com uma câmera na mão e uma amiga querida por companhia, tive um tempo raro na minha rotina apenas para deter meu olhar sobre pequenas coisas, muitas escondidas sob massas de informação e feiúra. Um pedaço de céu azul límpido, tão difícil de se ver por aqui; flores extremamente coloridas, espremidas entre as grades de um edifício; o sorriso e o olhar puro de um velho malabarista, que tenta ganhar a vida na dura metrópole; até mesmo as belas formas das estátuas negras das fontes, quase invisíveis para os apressados transeuntes. E, aqui e acolá, preguiçosos e elegantes gatos, de todos os tamanhos e cores, aproveitando as nesgas de sol para lagartear sossegados.

Verdadeira atividade de meditação, fotografar. Através da lente, apenas meu olhar permanecia vigilante, tentando encontrar cenas singelas para revelar com minha câmera. A mente estava completamente vazia. As preocupações,angústias, tristezas, ansiedades, todas haviam desaparecido. Por certo retornariam mais tarde – como de fato retornaram –, mas, nesse momento, me deram um sossego. E, por ver tanta beleza escondida, meu coração se encheu de alegria e satisfação. Voltei para casa com um frio na barriga gostoso, de grande prazer...

É, sou obrigada a discordar de Cazuza. Não são só as mães que são felizes. Os fotógrafos também. Mesmo os amadores, como eu.