Como parece difícil alcançar a tal felicidade. Todo mundo corre atrás dela, mas parece que ninguém encontra. Ou apenas uns poucos afortunados. Onde será que ela se esconde? E qual o segredo de quem consegue encontrá-la?
Na verdade, não deveria ser tão difícil. O problema é que nós fugimos dela, corremos de tudo que nos dá um prazer genuíno. Fomos criados ouvindo que o mundo é um vale de lágrimas, que tudo que é bom exige muito sacrifício, até que ser mãe é padecer no paraíso. Ou seja, que tristeza não tem fim, felicidade sim.
Por isso, quando encontramos a felicidade, não sabemos lidar com ela. Fugimos, estragamos tudo, repetimos erros, porque não acreditamos que podemos viver felizes. Somos ensinados a sempre buscar algo mais, para não nos permitirmos usufruir do prazer que obtemos das pequenas coisas cotidianas, da felicidade que se apresenta para nós de forma sutil.
E inventamos novos equipamentos e coisas, novas aspirações, novos desejos, novos medos, novas complicações, só para continuarmos eternos insatisfeitos, infelizes, ansiosos, lamentando a tal felicidade que nunca alcançamos. Simplesmente porque acreditamos que não merecemos, que não somos dignos, que não podemos tê-la tão facilmente.
Sim, merecemos ter felicidade. Aqui, agora, neste mundo. E não a felicidade efêmera e enganosa contida no consumismo, nas drogas, nas coisas fúteis. O mundo não é um vale de lágrimas. Há dificuldades, problemas, mas não só isso. Viemos para cá para sermos felizes, para aproveitarmos as belezas que estão ao nosso alcance, para convivermos com as pessoas maravilhosas que habitam nosso planeta. Não temos porque nos culpar por algo que nem sabemos o que é.
A felicidade só pode ser alcançada se estivermos abertos para ela, se nos julgarmos merecedores dela. E todos nós somos.
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*por Nelmara Arbex*
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