Moro há mais de quatro anos num prédio que tem 96 apartamentos num bairro nobre de São Paulo. Com tanta gente morando no mesmo espaço, é praticamente impossível pegar o elevador vazio em qualquer parte do dia. Assim, cruzo com as mesmas pessoas várias vezes durante a semana.
Confesso que não sou muito dada a falar pelos cotovelos nessas ocasiões, mas me espanta a quantidade de gente que simplesmente ignora a presença de outro ser humano num espaço tão exíguo. Nem respondem ao singelo bom dia que os vizinhos minimamente educados lhes dão. Tem gente até que parece ofendida pelo cumprimento e responde entredentes, quase latindo. Às vezes até fico com medo de ouvir como resposta "Bom dia por quê?" ou de levar um tabefe pela ousadia de cumprimentar a pessoa.
E esse mal não atinge pessoas de um perfil específico. É a senhora avantajada do bloco A, o pai da família que vive no 10º andar, o casal de idosos do bloco B, o adolescente do 6º andar, e outros mais -- pessoas instruídas, com bom nível sociocultural e acesso à informação. Fico imaginando como deve ser conviver dentro de casa com gente que está sempre de cara feia, de mau humor.
Por mais que eles tenham motivos para estar de mal com o mundo o tempo todo, tratar as pessoas com educação é o mínimo que se espera de quem vive em sociedade, ainda mais dentro de um condomínio. É a condição essencial para se manter uma convivência harmoniosa e saudável, para garantir a sustentabilidade das relações entre as pessoas.
Por isso, está lançada a campanha Diga Bom Dia ao Seu Vizinho. Não é preciso sorrir, puxar conversa sobre o tempo, discutir as fofocas do condomínio. Basta pronunciar as duas palavrinhas -- e suas versões Boa Tarde e Boa Noite -- de forma educada ao cruzar com um vizinho ou funcionário pelas áreas comuns do prédio. Afinal, cara feia e falta de educação não resolvem nossos problemas, mas gentileza e respeito podem tornar a nossa vida no mínimo um pouco menos árida.
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3 comentários:
Bom dia, ou melhor, boa noite!
Quando li seu post lembrei de quando fui morar em outra cidade, para cursar faculdade, e conhecia somente as pessoas com quem dividia o aluguel da casa e meus colegas. Um dia, eu e mais dois amigos que moravam comigo, resolvemos sair na rua cumprimentando as pessoas que todos os dias cruzavam o caminho conosco quando íamos para a aula e fizemos isso seguidamente. As reações foram diversas... a maioria dos idosos respondiam sorrindo, os homens achavam que eu estava interessada, as mulheres me olhavam com cara de nojo, as crianças sempre respondiam, muitos estavam apressados e nem olhavam, alguns estranhavam, parecia que nunca ouviram um bom dia ou tinham esquecido que isso existia.
Esses estranhos não eram meus vizinhos, mas moravámos na mesma cidade pequena e eles sempre nos olhavam com curiosidade pois éramos novos no local (a faculdade também era recente na cidade) e carregávamos telas, papéis, tintas e mais um monte de coisas (e eu tinha o cabelo roxo)...
Insistíamos tanto que as pessoas começaram a nos cumprimentar antes que nós tomássemos a iniciativa, virou um hábito. O jeito é insistir, mesmo com os carrancudos, para que lembrem que o bom dia (e etc) faz parte da boa educação e não é uma intromissão.
Belo post, adorei lê-lo.
e tenha um bom dia!
Olá...Adorei suas Postagens,parabéns pelo belíssimo Blog.Gostaria de acompanhá-la ,posso?rsrs
Realmente é muito difícil lidar com pessoas que não são capazes de falar um simples bom dia!!
Por isso vou aderir a essa Campanha tbm..kk
Abraço e Sucesso!!!
Obrigada, Nanderson. Seja bem-vindo!
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