Acabo de voltar de minha viagem de lua de mel. Foi tudo muito tranquilo, apesar do frio na barriga, inevitável em viagens de avião, ainda mais ao fazer o mesmo percurso do vôo 447, aquele da Air France que caiu misteriosamente em pleno vôo. Mas uma coisa me chamou a atenção na volta ao Brasil: a fila de prioridade para embarque.
Segundo os funcionários da companhia aérea pela qual estávamos voando (brasileira, é bom frisar), teriam prioridade de embarque os passageiros idosos, com dificuldades de locomoção, gestantes e mulheres acompanhadas de crianças pequenas e bebês. Pois bem, depois de formada a fila prioritária e a dos demais passageiros, eis que os funcionários da tal companhia chamam para o embarque os passageiros da classe executiva e os participantes do seu programa de fidelidade. E pedem para os passageiros de "prioridade" aguardarem a sua chamada com paciência.
Tudo bem, é possível que meu marido e eu já estivéssemos de mau humor por estarmos no final da nossa viagem e por termos saído de uma cidade de gente muito mal educada (Milão) -- salvaguardando as exceções, claro --, mas ficamos indignados. Quer dizer que a pessoa que tem dinheiro para viajar na área mais confortável do avião precisa entrar antes de quem é idoso, tem problemas de locomoção ou saúde e tem uma criança ou um bebê para cuidar durante doze horas de vôo? Não seria melhor deixar os mais privilegiados aproveitando a sala vip por mais um tempinho e agilizar o embarque de quem terá de enfrentar o desconforto da viagem já em desvantagem?
Acho que seria uma gentileza a mais com seus passageiros "normais" e pegaria bem para a imagem da empresa. Mas provavelmente a companhia prefere ter boa imagem mesmo com o pessoal da classe executiva.
Foi a única falha da empresa na nossa viagem. Mas que ela podia ter passado sem essa, podia.
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