segunda-feira, 10 de julho de 2006

Quando o amor acaba

Na hora do sim, tudo é lindo e maravilhoso. Todo mundo feliz, sorridente, acreditando que o casamento vai durar para sempre. Só que nem sempre ele dura. E se, nesse processo, o amor se transforma em ressentimento... O que era lindo vira um verdadeiro pesadelo.

Escândalos, chantagens com os filhos, brigas por dinheiro, humilhações públicas ou privadas: baixarias dos mais diversos tipos fazem parte de boa parte das separações. Não sei como os advogados têm estômago para agüentar tanta coisa ruim. Esperando a homologação da minha separação (que foi tranqüila, apesar da dor que envolve esses casos, inevitavelmente), presenciei cenas lamentáveis. Fora as histórias dos amigos, que parecem saídas de novelas.

Eu gostaria de entender porque as pessoas esquecem tudo de bom que viveram juntas e passam a se concentrar nas coisas ruins. Afinal, uma separação, por si só, já é dolorosa. É o fim de um sonho, sempre, por mais amigável que seja. Ninguém casa com prazo de validade, acredito eu. Sempre acreditamos no sonho de formar uma família, ter um companheiro leal até o final da vida (e lealdade não é sinônimo de fidelidade, que fique claro).

Melhor deixar as coisas ruins no passado, enterradas, para evitar sofrimento maior. Dos filhos, em geral os maiores prejudicados, e de nós mesmos. Afinal, como poderemos construir uma nova vida com outra pessoa se vivermos presos em um passado ruim, remoendo infelicidade, dor, rejeição, traição. Além disso, é preciso lembrar que, em algum momento, essa pessoa foi amada por nós, vimos nela qualidades que nos levaram a uma paixão. Então, fiquemos com essas lembranças boas, com o que de melhor recebemos. Nós também cometemos erros, também pisamos na bola, também causamos sofrimento.

Ou seja, o melhor é ficar mesmo no 0 x 0, porque, nesse jogo, quem vence invariavelmente deixa atrás de si um rastro de dor ainda maior que aquela causada pelo simples fato de constatar que o sonho acabou.

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